Querido eu,
Você se lembra como a vida costumava ser diferente? Em todos os sentidos? Como era se sentir sozinha, como era estar cercada de livros, como era se sentir tão segura? E ao mesmo tempo tão vazia?
São lembranças que você devia ter. Você devia se lembrar de quando você teve a idéia desesperada de querer ir na Igreja? Você queria se livrar de fantasmas, você queria fazer amigos. Você se forçou a retiros, você se forçou a se divertir, a viver. Não deu tão certo, não? No fundo você estava pior do que antes pois estava longe de si mesma.
Você se lembra dos seus primeiros amigos de verdade? Que mesmo assim as coisas não estavam bem? Você precisava confiar, mas você não era capaz. Em casa diziam: Não fale isso para ninguém o tempo todo. Como você poderia falar?
Lembra de como você queria que sua mãe pudesse estudar com você? Lembra como você estava morrendo de medo do novo colégio? De estudar a noite? Lembra que precisavam de você durante o dia? lembra de tudo que você queria fazer e não pode? Lembra que você ficava fazendo relatórios dos dias em casa? lembra como foi difícil ficar longe da Nath? Lembra de como você tava de saco cheio do MV1?
E de como o Newton era um lugar estranho? Como foi um ano tão diferente dos outros em todos os sentidos? Você se lembra do final daquele ano? Da crise, da cirurgia, da vida diferente em casa? E o CEFET? Você se lembra como foi receber a notícia? Você tinha acabado de saber que não havia passado pelo concurso interno e aí seu pai te ligou... Você se lembra mesmo? Porque foi muito importante. Porque você sentiu naquele momento que você era útil. E faz tanto tempo que você não se sente assim.
sábado, 13 de abril de 2013
Pausa
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